Mesmo depois do rompimento do PMDB com o governo e a determinação de que seus integrantes deveriam entregar os cargos, os seis ministros do partido insistem em continuar em seus postos, embora tenham deixado Dilma “à vontade” para recompor sua base aliada. Caso eles permaneçam no governo, poderão ser expulsos do partido.
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, foi convidada nessa quarta-feira (30) por algumas deputadas federais do PR para se filiar à legenda. Além de Kátia Abreu, mais cinco peemedebistas permanecem em cargos na Esplanada: Mauro Lopes (Secretaria de Aviação Civil), Helder Barbalho (Secretaria dos Portos), Eduardo Braga (Ministério de Minas e Energia), Marcelo Castro (Ministério da Saúde) e Celso Pansera (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação).
A verdade é que o PMDB sempre esteve dentro da fisiologia governista, não importando quem esteja no poder. Não existe, dentro do partido, uma unidade, uma linha de pensamento, uma ideologia política ou programática. O que se pode observar é a necessidade de se manter no poder.
Se hoje existe qualquer vestígio de podridão dentro do congresso nacional, não pasmem, mas se for investigado, com toda a certeza o PMDB estará envolvido. No partido, que em nível nacional, prima o individual em detrimento ao coletivo, nada mais comum que as negociatas com fins de aumentar os dividendos das caixas registradoras de seus integrantes.
Hoje mirando na Presidência da República o PMDB levanta um discurso de que o governo se transformou num balcão de negócios para preenchimento de cargos. O que leva o cidadão à uma reflexão. Se existem tantos cargos assim que eram ocupados pelo PMDB, como poderá esse partido ficar incólume num possível processo de impeachment? Pois está claro o seu nível de envolvimento no processo.
Em resposta às críticas de que está havendo “compra de votos”, o ministro Jaques Wagner defendeu a nova composição da base parlamentar. “Repactuar o governo é reorganizar a base de apoio. Trata-se de ocupar os espaços vazios com novos partidos que ainda não tiveram oportunidade de ter cargo no primeiro escalão. Chegou a vez dos pequenos partidos sempre deixados para trás devido ao PMDB ter os melhores ministérios”, disse em declaração enviada por sua assessoria de imprensa.
Na avaliação do ministro, “o governo transformou um fator muito negativo”, o desembarque do partido, “em positivo”. Segundo um assessor do Palácio do Planalto, os entendimentos com algumas bancadas já estão “avançados”. É o caso do PP, PSD, PR e PRB, que havia rompido com o governo há duas semanas. Representantes de partidos menores também participam das negociações.
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